quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Rango, o "homem" da fronteira


Conto de Eduardo Santos, 9.º A


O Rango era um camaleão fora do normal. Sempre vestido de roupa de “marca”, era magrinho, imaturo, parecia pouco inteligente e gostava de teatro...
Um dia, estava ele a mudar de casa, sofreu um acidente que o deixou em apuros em plena estrada do Texas. Por sorte, encontrou outros animais do deserto que o ajudaram, levando-o para a cidade mais próxima, a qual, por sinal, estava em seca extrema.
Na cidade olharam-no e sussurravam: “É novato... tão enfezado, vai durar pouco por aqui...”. Ele precisava de fazer alguma coisa, mas tinha corpo de medricas e alma de destemido, por isso não conseguia atuar! Porém, teve a brilhante ideia de dizer a toda a gente que tinha matado a maior parte dos insetos do Texas (o que era mentira porque ele gostava mesmo era de comida de lata).
Todos acreditaram e diziam, impressionados: “É este rapaz que nos vai tirar da seca extrema!”.  O presidente, depois de ouvir os rumores, convidou Rango a acompanhá-lo ao tanque da cidade, então vazio. O rapaz sentia-se poderoso e confiante!
O camaleão passou vários dias na estrada a estudar o caso. Consigo, tinha papel, caneta e areia (borracha não havia)... até que o trabalho deu frutos.
O pequeno génio tinha descoberto o túnel das toupeiras, tal como Vasco da Gama tinha descoberto a o caminho marítimo para a Índia. Então soube logo que “ali havia gato”, como era costume dizer-se no Texas. Entusiasmado, pegou no melhor material e escavou até à zona das toupeiras. Por fim deu a saber à cidade que aquela família de toupeirinhas velhas tinha desviado, gastado e armazenado 95% da água da cidade.
O Rango, imaturo e enfezado, era o herói daquela terra!



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